O Segredo por Trás dos Gráficos: Encontrando Insights Onde os Dados Não Mostram
No universo de dados, ferramentas como Power BI e Tableau revolucionaram a maneira como visualizamos informações. São plataformas intuitivas, classificadas como self-service, o que significa que, mesmo pessoas sem conhecimento técnico avançado, podem criar gráficos e explorar dados com facilidade. No entanto, ao trabalhar em projetos de visualização, aprendi que a simplicidade dessas ferramentas não é o único fator para alcançar uma análise eficiente. Na verdade, o grande diferencial está no olhar analítico do profissional de dados.
Imagine que você está desenvolvendo gráficos para uma análise de processamento de pedidos em um e-commerce. No conjunto de dados, você tem informações como:
- Data e hora da venda
- Data de postagem
- Data de entrega
À primeira vista, esses dados oferecem uma visão básica do processo de pedidos, mas não respondem diretamente à pergunta: qual a velocidade de processamento dos pedidos por categoria de produto? Se um gestor quer otimizar essa operação, ele precisa entender quais produtos ou categorias apresentam gargalos e quais têm o processamento mais eficiente. Essa informação não está disponível diretamente no conjunto de dados, exigindo uma exploração analítica mais avançada.
O Papel Analítico do Profissional de Dados
É nesse ponto que entra o papel fundamental do analista de dados. Transformar dados brutos em insights relevantes exige que o profissional de dados observe as informações de diversos ângulos e crie métricas que não estão no banco de dados original. No exemplo do e-commerce, podemos criar novas variáveis como:
- Tempo de processamento do pedido: Calculado como a diferença entre a data de venda e a data de postagem.
- Tempo de entrega: Calculado entre a data de postagem e a data de entrega.
- Tempo total do ciclo de pedido: A soma de todos os tempos entre venda, postagem e entrega.
Essas métricas permitem análises aprofundadas sobre a velocidade do processo e possíveis pontos de otimização.
Identificando Padrões e Insights Ocultos
Além da criação de métricas, o trabalho do analista de dados envolve identificar padrões e entender o comportamento dos dados. Por exemplo:
- Categorias com maiores tempos de entrega: Ao cruzar os dados de categorias e tempos de entrega, pode-se descobrir que produtos em certas categorias demoram mais para serem processados ou entregues.
- Influência da localização: Pode-se notar variações no tempo de entrega com base na localização geográfica do cliente.
- Análise temporal: Em determinados períodos (por exemplo, datas festivas), pode haver um aumento no tempo de processamento de pedidos, exigindo maior preparação da equipe logística.
Essa habilidade de observar além dos dados visíveis e buscar relações complexas é o que, ao meu ver, diferencia uma análise de dados bem executada.
O Processo de Transformação de Dados Brutos em Insights
O processo de exploração analítica envolve uma série de etapas críticas para garantir uma análise sólida:
- Entendimento do problema: Compreender os objetivos do negócio e as perguntas dos gestores.
- Identificação das variáveis relevantes: Selecionar variáveis existentes e planejar novas métricas.
- Processamento dos dados: Criar, manipular e transformar variáveis para derivar insights.
- Visualização estratégica: Usar gráficos apropriados que destaquem as informações mais relevantes para o problema.
Cada uma dessas etapas exige habilidades técnicas e, principalmente, uma visão orientada ao negócio.
Ferramentas Self-Service vs. Análise Profunda
Embora Power BI e Tableau sejam acessíveis e ofereçam facilidade no uso de gráficos, a verdadeira habilidade do profissional de dados está em extrair aquilo que os dados não mostram abertamente. Um analista bem qualificado entende que esses softwares não “entregam” automaticamente insights; eles apenas facilitam a visualização de informações. O diferencial, portanto, não está na ferramenta, mas no uso criativo e estratégico dos dados, o que inclui:
- Criação de gráficos dinâmicos: Dashboards que permitem filtros por categoria, tempo e localização.
- Relatórios comparativos: Comparações temporais e sazonais para analisar tendências.
- Alertas e insights proativos: Identificação de padrões que sinalizem oportunidades ou problemas antes mesmo de surgirem.
Essa capacidade de transformar dados comuns em insights relevantes é, ao meu ver, o que define uma análise de qualidade. No fim, o segredo está em ver o potencial dos dados e saber como usá-los para criar inteligência que impulsione o negócio.
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